Conexão Vivo 2008 (antiga Conexão Telemig Celular)

No inicio da semana, o 2T me pediu para fazer uma resenha sobre os shows da antiga Conexão Telemig Celular – que agora é Conexão Vivo (e não posso deixar de me fazer a pergunta: quem não é vivo, é o que? Morto? – desnecessário e infame mas não deixo de perguntar assim mesmo...).

Antes de qualquer coisa, meu pedido de desculpas ao 2T pela demora dessas linhas. E outro pedido de desculpas caso eu não atenda as expectativas. Afinal não sou musico e nem um crítico de musica, portanto direi apenas com a visão de um expectador que nem sempre fala descentemente.

Conexão Vivo! 9 dias de shows, mais de 50 atrações a um preço acessível bem no meio do coração da cidade no meu querido parque municipal. Não pude assistir a todos os shows. Não falarei da atração internacional Los Alamos (da Argentina). Não falarei do show que mais lotou o festival (Nação Zumbi). Não falarei do BNegão e nem dos Porcas Borboletas. Fui em apenas três dias, os quais as expectativas foram plenamente atendidas. Então lá vai:

Sábado – 26/04 – Atrações: Gustavo Figueiredo; The Dead Lover’s Twisted Heart convidando Odair José; Tatá Spalla; Udora e Móveis Coloniais de Acaju.

Já cheguei no meio do show do DEAD LOVER’S e não pude ter uma idéia muito boa da banda, parece ter um show bacana, mas independente da minha falta de informação foi uma boa sacada convidarem um dos ícones do brega para o show. Odair José levantou a galera e contou 3 ou 4 das suas musicas mais conhecidas (apesar que faltou a musica da Camisinha); o cara transformou o lugar num mini baile e botou pra dançar tanto a moçada quanto os tios e tias (uma das quais meu caro Túlio pegou – para dançar...). Tanto jovens, tantos os mais velhos cantaram e celebraram um dos personagens mais bacanas da musica brasileira (independente do gosto de cada um, é preciso reconhecer que o cara é bom no que ele faz). Já TATÁ SPALLA não me acrescentou nada, não consegui chamar minha atenção e portanto não tenho nada para falar sobre ele. UDORA foi decepção. Não dá para acreditar que aqueles caras eram a antiga banda Diesel. Depois que voltaram dos Estados Unidos e cantando em português, eles optaram pelo caminho mais fácil: largaram o rock de lado e hoje confraternizam com o “emo”. Não vi riqueza nas composições e nem criatividade nos arranjos (diga-se de passagem que o Jean Dolabella fez muito bem em ir tocar bateria no Sepultura). Enfim, não recomendo Udora para ninguém, mas como fui para ver o show do MÓVEIS COLONIAIS DE ACAJU tenho certeza que ganhei o dia. Acredito que a maioria já deve ter ouvido falar deles. Os caras lotaram aquele lugar.... afinal, são uma banda única, com um estilo que ele denominam de 'feijoada búlgara' (onde é possível perceber rock, ska e a influência de ritmos de todo o mundo e da música brasileira). É um show para se ver, ouvir e sentir! A mistura de instrumentos (flauta, gaita, sax, trombone, além do tradicional baixo, guitarra e bateria) proporciona arranjos muitos bons – coisa que sinto muito falta hoje em dia. Com letras de primeira qualidade e um ritmo dançante/alucinante, a banda interagiu com o publico muito bem mostrando que o sucesso (pelo menos para eles) não está/estará vindo acompanhado do estrelismo. Para quem já conhecia a banda o show o atendeu muito bem as expectativas, e para aqueles –que como eu – não conhecia a banda ao vivo, ficou aquele gostinho de quero mais...

Sexta – 02/05 – Atrações: César Mauricio; Fabiana Lima & Bruno Andrade convidando Mauricio Tizumba; Anthonio; Enéias Xavier convidando Chico Amaral e Lincon Cheib; e Falcatrua convidando Los Porongas.

Nesse dia para minha grande alegria mesmo após o feriado tive aula, e como minha companhia furou (não é mesmo senhor T. Thiago?), eu não vi nenhum dos shows da noite indo mesmo para ver apenas o FALCATRUA. O show deles é pelo menos interessante (para não ter que elogiar muito), a presença de palco é digna de um picadeiro, um amigo no meio do show até me perguntou se aquilo era um circo... Isso pode parecer até estranho, mas essa dinâmica circense, aliado a letras que abordam de forma muito bem humorada os problemas nossos do cotidiano (escute Pechincha!) somado com um som bem ao estilo do “bom e velho rock and roll” Produz um trabalho de alta qualidade. Dá para virar fã... Porém, o show deles apesar de muito bom foi eclipsado pelo pessoal do LOS PORONGAS. Que tipo de som você espera ouvir de uma banda do Acre? Quem esperava musica regional, se ferrou... os caras fazem um puta rock... Apesar de não estar tão cheio, parecia que os caras estavam com medo do publico, porem a recepção foi boa e se estavam mesmo com medo, eles o transformaram em combustível para o show... “reúnem qualidade instrumental, inteligência poética e shows eletrizantes, qualidades”; mas apenas falar não ajuda muito para entender o som deles, é preciso ouvir!! Eu recomendo as ótimas ‘Espelho de Narciso’ e ‘Não há’. Disseram que o vocalista tava desperdiçado na banda (o cara é muito foooda!! Canta com a alma... gosto disso), eu discordo a banda é muito boa acredito que vai trazer muito coisa boa para o rock brasileiro. Foi simplesmente eletrizante quando chamaram o vocal do Falcatrua para cantar Come Together, dos Beatles! Para que quiser conferir no blog da banda tem um vídeo (http://porongas.blogspot.com/). RECOMENDO!!!

Domingo – 04/05 – Atrações: Dois do Samba; Babilak Bah; Rosa dos Ventos convidando Titane; Celso Moretti convidando Fauzi Beydoun e Fernanda Takai.

Fui para ver a Fernanda Takai, cheguei depois de DOIS DO SAMBA e BABILAK BAH, infelizmente não posso falar nada... Já o pessoal do ROSA DOS VENTOS tem um projeto com danças, tambores, percussão e performances teatrais eu som regional/mineiro, que por mera ignorância não irei comentar para não cair no risco de falar besteira. Mas o som para uma primeira audição, agrada... Já o CELSO MORETTI, é uma historia totalmente aparte! Não escuto muito reggae, mas o Celso eu posso dizer com firmeza: é um dos melhores! O cara faz um ‘reggae favela’ e com “uma linguagem e trejeitos favelísticos” (como ele mesmo se define), ele fez um dos melhores shows da Conexão, na minha humilde opinião. Interagiu como publico como se fosse um intimo; letras e discurso de um cara que viveu em favelas e sabe exatamente sobre o que fala. Não agradou a todos, mas para quem gosta de reggae, com certeza valeu a noite. Nota: a participação do Fauzi Beydoun, foi legal, mas como o cara parece com o Eddie Vedder fico me perguntando como seria ele cantando rock... E o show da noite: FERNANDA TAKAI. O que se pode dizer da vocalista de uma das nossas melhores bandas? Seu disco solo é muito bom, e apesar de não conhecer Nara Leão, a Fernanda acertou em cheio na homenagem e na escolha do repertorio. A banda faz um som de altíssima qualidade: John Ulhoa, guitarra, (marido dela) todo mundo já conhece; Lulu Camargo, teclado, quem conhece os atuais trabalhos do Pato Fu sabe que o cara é bom; Thiago Braga, baixo, muito bom; e Mariá Portugal uma beleza de som e de pessoa. Teve coisas interessantes, por exemplo: fiquei sabendo do livro que a Fernanda havia lançado (obviamente eu comprei - e se tiver outra oportunidade, eu faço uma resenha dele aqui). O uso de um contrabaixo (além do baixo, disso o Tulio pode falar melhor). Mas não vou falar do show – foi otimo, sem duvida alguma – pois esse é daquele tipo de musica que ou você gosta ou não gosta, e só dá para saber isso quando ou você escuta o disco ou quando você vê o show.

Enfim, um bom festival, que privelegia musica mineira e da oportunidade do publico assistir a bons shows a preços bacanas... Faço votos que o evento continue nos próximos anos – mesmo com essa mudança de operadoras ...

Agradeço a oportunidade de passar por aqui... e caso esse texto sofra algum tipo de edição ou censura, devido a prolixidade, também estou postando esse texto no meu blog http://variacaodomesmotema.blogspot.com/ No mais um abraço a quem teve o trabalho de ler até o final...

**** Este post é uma encomenda do 2T para o blog: http://www.naogostodechico.blogspot.com/ Mas como eu iria fazer algo para o meu proprio blog, então fica valendo pra os dois blogs mesmo...****