Os Quatro Temperamentos: Colérico - parte 4

SIMBOLISMO DO QUATRO

Compilação de
Constantino K. Riemma
A idéia do quatro aparece quase sem exceção na mitologia, na religião e na arte das diversas culturas: seja o tempo (as quatro estações) ou seja o espaço (os pontos cardeais), inclusive as alegorias (os quatro rios do Paraíso). A organização do mundo é essencialmente quaternária.

O nosso tempo é sempre medido em quatro etapas:


  • o dia e suas quatro referências: aurora, meio-dia, pôr-do-sol e meia noite;


  • o mês lunar e suas quatro fases, Lua Nova, Crescente, Cheia e Minguante;


  • o ano e as quatro estações: primavera, verão, outono e inverno.

    O nosso tempo é sempre medido em quatro etapas:

    O quaternário fala da ordem terrestre e da organização racional. Ele "tem um fundamento estatístico: o quadrado é a forma mais utilizada pelo homem", diz Cirlot.
    Os quatro elementos, na linguagem dos antigos ensinamentos, constituem o conjunto básico da materialidade com a qual se constroi o universo. Fogo, Terra, Ar e Água, combinados com as três forças primordiais, compõem o os doze signos do zodíaco.
    Na simbologia dos números, vemos claramente a marca do quaternário nas duas operações elementares que pode realizar com o ternário:

    Zodíaco de Barthelemy, l'Anglais,
    França, Le Mans, séc. XV



  • 4 + 3 = 7 (os dias da semana, os planetas tradicionais da astrologia)


  • 4 x 3 = 12 (meses, signos zodiacais, tribos de Israel, apóstolos de Cristo)


  • 4 – 3 = 1, ou seja, por subtração, retorna à unidade.
    Os quatro elementos
    Para os gregos e para a maior parte das tradições ocidentais, os elementos são em número de quatro: água, ar, fogo e terra. Eles não são irredutíveis entre si; transformam-se uns nos outros.


    Nos ensinamentos da tradição grega, os quatro elementos,
    fogo, terra, água e ar, resultam da combinação
    das quatro qualidade primordiais: quente, seco, frio e úmido.

    No plano interior e espiritual, há também um atributo próprio a cada elemento. O fogo (e vale para o naipe de Paus) é considerado como o elemento motor, que anima, transforma, que faz evoluir de um para outro os três estados da matéria: sólido (terra), líquido (água) e gasoso (ar).
    O ser de fogo, por exemplo, simboliza o agente de toda evolução. Em outros contextos simbólicos, a imagem do ar (naipe de Espadas) está na base de uma psicologia ascensional, evolutiva, que tem seu sentido no alçar vôo e na queda.
    Cada elemento pode ainda ser associado a um conjunto de condições dadas à vida, numa visão evolutiva, na qual o desenrolar do ciclo tem início com o primeiro elemento (Água, naipe de Copas), para terminar com o último (Terra, naipe de Ouros), passando pelos termos intermediários (Ar e Fogo, naipes de Espadas e Paus).

    Tem-se, assim, uma ordem quaternária na:


  • natureza: inverno, primavera, verão e outono;
    meia noite, nascer do dia, meio dia, pôr-do-sol;


  • temperamentos: linfático, sangüíneo, bilioso, nervoso;


  • tipos junguianos: sentimento, pensamento, sensação, intuição;


  • etapas da vida humana: infância, juventude, maturidade e velhice, etc.

    Na iniciação maçônica, começa-se por sair da Terra (naipe de Ouros), passando-se a seguir por purificações pelo Ar (naipe de Espadas), pela Água (naipe de Copas) e pelo Fogo (naipe de Paus). Liberta-se, passo a passo, da vida material, da Filosofia e da Religião para finalmente alcançar a Iniciação pura.
    Na mística sufi, as etapas de evolução são apresentadas numa relação exatamente oposta: deve-se deixar a realidade ilusória (ar), queimar dentro de si as imagens (fogo), apreender a divina realidade no que ela tem de mais fluido e impreciso (água) e finalmente fundir-se na total e única realidade, divina, verdadeiramente sólida (terra).
    Resumos
    São apresentados, abaixo, alguns quadros que ajudam a dar uma visão de conjunto das relações do quaternário em diferentes linguagens simbólicas.

    Os Quatro Elementos: Tarô e Astrologia

    Elemento
    Naipe
    Figura
    Signo Fixo
    Fogo
    Paus
    Rei
    Leão
    Água
    Copas
    Dama
    Escorpião
    Ar
    Espadas
    Cavaleiro
    Aquário
    Terra
    Ouro
    Valete
    Touro
    Os Quatro Elementos: Esoterismo cristão e Kabbalah

    Elemento
    Plano
    Evangelista
    Mundo da
    Kaballah
    Letra
    hebraica
    Fogo
    Espiritual
    Marcos
    Emanação
    Yod
    Água
    Mental
    João
    Criação
    He
    Ar
    Astral
    Mateus
    Formação
    Vau
    Terra
    Físico
    Lucas
    Manifestação
    He
    Fogo-Paus: energia irradiante, excitável. Exuberância e entusiasmo. Vigor. Autoconfiança e identidade. Direção consciente do poder da vontade. Liberdade de expressão e ingenuidade.
    (-) Turbulência, exagero, imprudência, auto-indulgência.
    Tipo: intuição. Temperamento: colérico (bilioso).
    Gênios: as salamandras, que podem ser controlados pela serenidade.

    Terra-Ouros: energia de provisão e sustentação. As formas, os sentidos físicos e a realidade concreta. Paciência, disciplina e eficiência. Aquisição, retenção e autoproteção.
    (-) apego à rotina, materialismo, imobilidade.
    Tipo: sensação ou percepção. Temperamento: melancólico.
    Gênios: os gnomos, que podem ser controlados pela generosidade jovial.


    Ar-Espadas
    : mundo das idéias arquetípicas e das relações. Pensamentos e teorias. Descobertas e invenções. Racionalidade e imparcialidade. Cooperação, flexibilidade. Penetração, respiração, "prana".
    (-) excentricidade, instabilidade, superficialidade.
    Tipo: pensamento. Temperamento: sangüíneo.
    Gênios: os silfos e sílfides, que podem ser controlados pela constância.

    Água-Copas: Energia de preservação, proteção e segurança. Emoções e sentimentos. Intuição e sensibilidade psíquica. Empatia e ajuda. Imaginação. Absorção. Percepção dos anseios da alma.
    (-) ressentimento, desconfiança, timidez.
    Tipo: sentimento. Temperamento: fleumático (linfático).
    Gênios: as ondinas, que podem ser controladas pela firmeza.

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