Amar... não tem preço


Taí um bom filme. Meio que por acaso que eu o vi, pois eu só fui no Cine Clube Savassi para participar da promoção e ganhar um ingresso para assistir qualquer outro filme nele ou Usina, no Santo Agostinho. O detalhe é que nunca havia ido no Cine Clube Savassi e apesar de lá ser minúsculo (só possuindo uma sala e um "mini-café") é um espaço aconchegante e a fachada com aquele letreiro antigo de lampâda, onde vc troca as letras manualmente para mudar os nomes dos filmes é bem saudosista. Claro que lá um lugar para cinéfilos, cults, doidos ou à toas de plantão. Prova disso é que das noves pessoas presentes na seção, uma era eu, dois jovens gays, e 6 (seis!!) senhoras (idosas, mesmo!!)...
Apesar do final "clichê" é filme muito legal de assisistir masis pelas situações em que os personagens se colocam do que pela sua comicidade, o que a critica do Cinematoca loga abaixo resume muito bem.



AMAR... NÃO TEM PREÇO (Hors de prix, França, 2006) ***

Dirigido por Pierre Salvadori. Com: Gad Elmaleh, Audrey Tautou, Marie-Christine Adam, Vernon Dobtcheff, Jacques Spiesser, Annelise Hesme.

Na espiral dos relacionamentos, o dinheiro é elemento indispensável para se pagar entradas de cinema, um bom restaurante e, se tudo der certo, uma inesquecível ida ao motel. Em “Amar... Não Tem Preço”, o poder aquisitivo fala bem mais alto que a atração física. O amor sincero aparece por acaso.

Irène (Tautou) é uma dessas aproveitadoras, que caça homens abastados em belos cenários do litoral francês. Ela lhes dá sexo e ganha roupas e acessórios caríssimos. Certo dia, confunde um funcionário de um hotel com uma presa, mas só descobre a farsa um ano depois, quando eles voltam a se encontrar na mesma situação. Jean (Elmaleh), o mentiroso em questão, se apaixona instantaneamente pela moça, mas é sumariamente ignorado. Acidentalmente, ele acaba percorrendo o mesmo caminho, como gigolô, o que fará com que a moça preste maior atenção a ele.

O primeiro ato é bem problemático. Jean é ingênuo o suficiente a ponto de gastar todas suas economias com a cara paquera e, apesar das evidências, ele demora a tomar ciência da situação. Ao mesmo tempo, enquanto desfruta de sua curta vida de alto luxo, se torna irritante por se confundir, constantemente, entre ser hóspede e serviçal.

Quando os personagens se igualam, a narrativa se torna mais fácil de digir, o que não significa que ela seja uma maravilha. Apenas assume um rumo esperado e até verdadeiramente romântico, apoiado em belas paisagens litorâneas ou hoteleiras (não parece haver outras).

Audrey Tautou, com seu corpinho minúsculo e cabeça grande, mostra que tem algum “sex appeal”, trajando vestidos que abusam de decotes e encarnando um tipo que consegue ser detestável quando quer. Gad Elmaleh, de olhos azuis e nariz avantajado, passa uma sensação desconfortante, no início, que é logo diluída. Como casal, Audrey e Gad combinam, mas com limitações.

“Amar... Não Tem Preço” está mais para romance do que comédia. Suas bem sucedidas investidas de humor são escassas, se apoiando em equívocos, principalmente. Tem charme e requinte, além de servir como vitrine para objetos de consumo luxuosos. O público adulto vai preferir babar por eles a rir ou suspirar em outros momentos propícios.

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