A cauda do Dinossauro

A CAUDA DO DINOSSAURO

Sinopse
No submundo decadente de uma cidade em ruínas, onde tudo era proibido, uma mulher busca o último dos prazeres.

[esse eu vi no Festival de Internacional de Curtas em julho. Um das melhores coisas que vi, quem tiver oportunidade assista. A reportagem abaixo fala sobre o que é A Cauda do Dinossauro]





Contemplado pelo Programa Petrobras Cultural 2006, o roteiro do curta-metragem A cauda do dinossauro, é baseado em texto do cartunista Angeli, sob o pseudônimo de Ed Campana, publicado em 1986, na revista Chiclete com Banana.

A primeira tradução de personagens de Angeli, filmada com atores reais, tem atuação de Christiane Tricerri e Mário Bortolotto. Com estes atores em cena se estabelece um resgate histórico, pelo fato de Tricerri ser parceira de Angeli nas fotonovelas da Chiclete nos anos 80, e Bortolotto ser um fã inveterado do cartunista, a ponto de colocar o nome da mesma revista em seu primeiro grupo de teatro, em homenagem às publicações do cartunista. Assim, pela representatividade de ambos no cenário teatral paulistano e no universo do cartoon, o filme conta com atuações indispensáveis para a fiel tradução do universo de Angeli para a película.

Pelo fato do roteiro ter sido escrito no ano de 1986, também se estabelece um resgate histórico nos temas colocados pelo texto, que dialoga com todo um contexto político social oitentista da época, como o pseudo-liberalismo sexual e religioso pós Nova República, Aids, drogas, Imperialismo Americano e todo movimento underground irônico que os quadrinhos de Angeli representavam e com os quais dialogava nesta década.

“Na história, o planeta não trepa mais e o Último dos Escrotos tem que passar a libido para uma Virgem antes de morrer. Escrevi este roteiro como uma brincadeira, jamais tive a pretensão de levá-lo pras telas, por isso é uma imensa satisfação vê-lo hoje sendo traduzido para a linguagem cinematográfica” - diz o “velho” cartunista.

Fiel também é o espaço cenografado em estúdio, e todas as referências que o mesmo faz em citações aos quadrinhos concebidos por Angeli. “Este quarto é um espaço onde qualquer personagem meu pode transitar… a Rê Bordosa, o Bob Cuspe… se for fazer uma relação com meu traço, esta cenografia é muito fiel ao meu universo”.

Francisco Garcia estreou na direção de 35mm com o curta Desequilíbrio (2004), premiado em mais de dez festivais dentro e fora do Brasil. Seu segundo curta, Nanoilusão (2005) antecede A cauda do dinossauro,.

Fonte: Revista Speculum

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