Viagem ao Centro da Terra


Serviço:
Viagem ao Centro da Terra
Autor: Júlio Verne
ISBN: 85-7232-497-6
Editora: Martin Claret
Ano: 2004
Páginas: 213


[não é bem um resenha sobre o livro, mas sim sobre o escritor.... é mais aquela velha história de que todos os caminhos levam a Roma... Boa leitura!]

Ao Velho Mestre com carinho

Certa vez ouvi um grande e esclarecido amigo dizer que o impacto social da obra de Júlio Verne era mínimo. Tamanha foi minha indignação que preferir não responder ao abjeto insulto. Lembrando-me agora do agradável diálogo, resolvi dar essa resposta por escrito aqui, no Resenhas & Críticas. E não é por ser meu autor preferido que vou defender o Velho Mestre.

Jules Gabriel Verne Allote foi um dos maiores escritores dos séculos XIX e XX. Era francês, e apesar de a França ter uma grande escola de escritores, a fonte que mais alimentou os contos de Júlio Verne foram os escritos de Edgar Allan Poe, escritor de suspense norte-americano. Influenciar não é determinar. Verne superou em muito Poe por ser autor de uma escrita inovadora, de uma literatura envolvente e que nos leva a pensar que tudo foi real: ele é considerado o precursor da ficção científica. Embora o seu sucesso deva-se em grande parte à ousadia e empreendedorismo do editor e amigo Pierre-Jules Hetzel, não se pode negar o arrojamento da literatura verniana, o que tornou Verne um dos escritores mais vendidos de todos os tempos. Um livro que ilustra muito bem a mesclagem bem sucedida de ficção e ciência é o fantástico Viagem ao Centro da Terra.

Outra característica que marca todas as obras do autor é a precisão geográfica. Basta ler Cinco Semanas em um Balão, primeiro romance publicado de Verne (1863), para ter uma aula sobre as formações geológicas da África, sua fauna e suas tribos. Embora sua visão antropológica seja à la européia, deve-se lembrar que o século XIX foi profundamente sulcado pelo positivismo científico de Auguste Comte, e os periódicos científicos, ascendentes, foram base para a construção dos critérios de escrita vernianos. O cientificismo da obra de Verne o libertou das amarras de sua atualidade e o fez viajar não só por continentes, mas em tempos distantes, futurísticos e passados, o que fez com que muitos o considerassem (não sem muita razão) um escritor visionário, à frente de seu tempo. Duvidas disto, leitor? Recomendo-te o famoso 20.000 Léguas Submarinas.

Quanto aos personagens, é mui interessante notar os perfis deste. Verne tinha um verdadeiro apreço pelos fleumáticos, calados , porém precisos e pontuais. Não existe figura em qualquer livro do mundo que se compare a um Phileas Fogg, que foi diversas vezes ao cinema em sua aventura de Volta ao Mundo em 80 Dias. O que dizer do rancoroso cientista alemão Otto Lindenbrock, de Viagem ao Centro da Terra? E do atribulado chinês Kin-fu? Personagens únicos da literatura mundial, jamais comparados, jamais comparáveis.

Júlio Verne escreveu mais de cem títulos, muitos só foram publicados postumamente. Sessenta e quatro desses livros fazem parte do ciclo da Viagens Extraordinárias. O nome por si só já dispensa explicações. As obras supracitadas fazem parte desse ciclo, que também conta com livros do naipe de Dois Anos de Férias, Da Terra à Lua, Capitão Hatteras e Os Filhos do Capitão Grant. Frivolidade? Nunca pense, bom leitor. Livros infanto-juvenis? Tolo quem pensa assim. Não há idade para degustar tão aprazível leitura.

Ler Júlio Verne é se aventurar por mundos desconhecidos no virar de uma página. Conhecer culturas sem precisar se levantar da poltrona, passear pelos cinco continentes numa leitura instigante, real e fictícia ao mesmo tempo. Leitores, esperem muitos comentários das obras do Velho Mestre... como eu disse, são mais de cem.

Retirada do blog: Resenhas e Criticas

Comentários

  1. medo de perguntar o que me motivou?
    eu respondo: alguns copos de cerveja, um encontro casual, mas previsível, e um passado...
    que profundo isso...hahahaha

    Beijos!

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