Homem Aranha e eu ??? - final

[Se você leu o post de ontem, vai entender o que vêm a seguir.]

Antes de encontrar Mefisto, Parker encontra uma criança.
Uma criança. A inocência e a esperteza de uma criança pode ajudar a resolver os problemas de Parker, e para isso ela enfia o dedo na ferida:

"Sabe qual é o seu problema? Você é EGOÍSTA! Só olha pro seu umbigo... E sempre coloca sua DOR no centro do universo!"

Não tem como não me identificar, e se formos honestos muita gente também se identifica com isso. Recentemente, conversando/ aconselhando uma amiga, eu disse que "nossa dor nunca é menor do que a do outro". Isso é fato, sempre potencializamos nossos problemas: seja para comparar; para compartilhar nossa tristeza; procurarmos alguém em situação pior do que a nossa; para ser digno da dó e pena alheia; não importa, sempre fazemos isso maior ou menor grau.
O problema é quando fazemos isso em maior grau. Como assim? Voltemos ao HQ:

"Se dormir com a consciência limpa não se importa se alguém tem que pagar o preço pelo seu soninho gostoso! O mundo inteiro tem que pagar pela sua dor... e sabe por quê? Porque, se ela for grande VOCÊ é grande. Se sente o maior! (...) Você é um BOBÃO!"

Daí pra frente Parker encontra versões alternativas dele (claro que ele não sabe disso), versões de um Peter-estudante CDF, tímido e excluído que não foi picado por uma aranha radioativa. A primeira versão*: um Peter, programador de vídeo games de super heróis, que lê livros de aventuras na esperança de suprimir o amargor de não poder ser um herói (é fácil de imaginá-lo gordo e só, afundado na própria merda)

A segunda versão*: um Peter hiper-milionário, que utilizou sua inteligência para ficar rico e humilhar/se vingar dos que riam dele (também é fácil de imaginá-lo cer
cado por tudo que o dinheiro pode comprar, mas sozinho)

Mefisto ainda fala que em todas
as realidades possíveis que Peter poderia ter vívido, ele termina só. Apenas não vive sozinho na realidade atual por causa do amor por Mary Jane.

Então Mefisto pr
opõe salvar tia May.Em troca, ele não prefere a alma de Peter, pois segundo ele "quem vende a alma, sofre honradamente no inferno, amparado pela crença eterna de que suas ações salvaram outras pessoas". Mefisto prefere o amor e o casamento que une, sustenta e renova Peter e Mary Jane... algo muito maior, puro e incondicional! No fim, acreditando na força do amor que os une, Peter e MJ aceitam o pacto com Mefisto.

Aí volta a pergunta: e daí? O que isso tem haver comigo?
Sei que não sou super-herói. Não tenho super poderes. Não conheço nenhum demônio (a não ser os meus próprios). Não altero e nem conheço outras realidades alte
rnativas. Nem posso mudar minhas escolhas. Mas tem dois pontos importantes/interessante.

1-Como nossas ações (por menor
es que sejam) possui 'n' possibilidades. E como é difícil lidar com as consequências dos nossos atos.
Às vezes temos vontade de voltar no tempo e mudar alguma coisa, mas é algo que se pudéssemos fazer, não poderíamos saber se dá certo.
Enquanto lia sobre duas das
várias vidas alternativas que Peter Paker poderia ter tido, eu me reconheci em ambas. A tristeza e a solidão são algo forte e recorrentes em mim , e talvez é preciso se conhecer muito (ou ilusão do mesmo) para perceber isso...

2-O amor que un
e os personagens é belo e sublime. Não duvido de sua existência. Porém não acredito nele para mim. Mas isso é outra história.

Acho que este post já tá muito g
rande não desenvolvi muito bem o que queria falar, talvez eu consiga resolver esse problema quando eu fizer a resenha do filme: AzulEscuroQuasePreto.



* para ter uma idéia melhor,veja as imagens abaixo.


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