Entre Lençois

Dirigido por Gustavo Nieto Roa. Com: Reynaldo Gianecchini, Paola Oliveira

Paula (Oliveira) conhece Roberto (Gianecchini) em uma festa e, em seguida, juntos, vão a um motel. A princípio, são dois desconhecidos que só querem suprir uma das necessidades básicas do ser humano. A noite será mais longa do que parece.

A diária toda está paga. Teoricamente, era só o casal dar sua trepada, se vestir e ir embora. Mas há uma curiosidade entre eles que acaba prolongando a noite em conversas, aproveitamento dos recursos do espaço (sauna, serviço de quarto, banheira, etc) e novas trepadas (o fôlego do personagem masculino para cinco comparecidas é assustador). Contudo, esses três elementos se repetem à exaustão, em suas essências. Depois da apresentação formal de ambos (ela está prestes a se casar e ele acabou de ter a briga definitiva com a esposa), que nem sabiam o nome do outro, o tédio toma conta da película, e o primeiro ato ainda nem terminou.O fato é que os papos de Paula e Roberto parecem interessar só a eles. Relatam suas vidas, como se fossem diferentes das outras pessoas, e fazem um jogo de perguntas e respostas sobre clichês sexuais, que interessariam leitores de revistas vazias e comunidades do Orkut onde importam somente o número de membros inscritos.

Em determinado momento, descobre-se brinquedos sexuais na bolsa de Paula, como vibrador, algema e fantasia. Isso denotaria suposta disposição a novas práticas, mas o fato é que, com Roberto, a moça só se dispõe a fazer um folhetinesco “papai e mamãe”. Nem um nu frontal superior da moça ou um strip-tease do rapaz, que quase mostra sua genitália, são capazes de quebrar o clima conservador. Por pouco, eles não chamavam seus traseiros de “bumbum”.

Como propaganda de motel, “Entre Lençóis” funciona muito bem; como entretenimento ou reflexão, falha miseravelmente. Para piorar a situação, Roberto e Paula se apaixonam e, o que seria só uma noite de sexo cafona, se torna uma de amor, também cafona. E dá-lhe minutos eternos de discussão para ver se os personagens largariam ou não seus pares originais.

A direção do colombiano Gustavo Nieto Roa é pouco inventiva; afinal, a câmera não sai de seu quase único cenário. Assim fica fácil. E constrangedor também. Reynaldo Gianecchini não abandona seu tipo excessivamente seguranço, enquanto a bela Paola Oliveira encarna a ultrapassada figura da mocinha que busca o príncipe encantado.

Entre vaivens intermináveis, “Entre Lençóis” merece o prêmio de maior “encheção de lingüiça” do ano. Promete ser desafiador, por suas restrições, mas se encolhe perante elas, errando feio na condução de trama. No fim, sexo se complica e amor vira um simples jogo de decisões, apesar da demora na resolução. O oposto do que é na realidade. Assim, esta é uma obra ficcional que não se assume como tal. Nem os lençóis escondem essa verdade.

do blog CinemaToca.



Precisa dizer mais alguma coisa? Mas explico porque fui ver esse filme no cinema: tava 3 reias, ou seja o preço que eu pagaria na locadora... como eu não tinha na para fazer...


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