23 VII 2008



Teatro do Bourbon Country, PoA-RS
Com Cidadão Quem: "A Força do Silêncio" e "Até o Fim"

Devo confessar à companheirada De Fé o verdadeiro motivo do Pouca Vogal: o mais vil e torpe sentimento de vingança. Explico: octagésimo quinto ano do século passado encontrei nas ruas de PoA um menino que tocava guitarra. Ele sabia que eu tinha comprado uma Fender Telecaster. Na época, a importação de varias coisas era impossivel. No caso dos instrumentos, isso só deixava as fábricas nacionais preguiçosas e seus instrumentos ruins e caros. Combinamos de rolar um som lá em casa pro garoto sacar minha preciosa Tele. Erro fatal. O cara pegou a guitarra e tirou dela sons que eu não imaginaa que estivessem lá; tocava Van Halen, Stanley Jordan e o diabo a 4. Quando ele parou e me devolveu a guitarra, ela não tinha mais a menor graça para mim. Acho que ali o mundo ganhou um baixista. A Rickenbacker ganhou um devoto e a Steinberger, um consumidor... Os bateristas que tocaram comigo ganharam um motivo para quebrar o metrônomo.



...Mas o mundo dá voltas. Nas madrugadas em hotéis no interior de Minas, a viola caipira me ensinou a tocar guitarra. Armado de minha armada de SGs e subSGs estou pronto para enfrentar o já não tão jovem guitarrista Duca Leindecker.



Voltando á Telecaster: Eu tinha encomendado um modelo antigaço, sunburst, talvez por influencia do Andy Summers. Mas a que chegou era o oposo: anos 80 demais, corpo prateado, mão preta, captadores e ponte de metaleiro. Fazer o quê? Era minha e me cativou. Quando conheci o Aranha achei uma boa coincidência que ele tivese a guitarra com a qual eu sonhara tanto. Os puristas podem torcer o nariz por que a Tele dele tem captação de Stratocaster, mas confiem em mim é a campeã!

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