O Conto da Mulher Brasileira

O conto da mulher brasileira é uma antologia que foi publicada em 1978 e que reúne 19 textos de autoras relevantes no cenário da literatura brasileira. Quatro das autoras são conhecidas do grande público: Hilda Hilst, Nélida Piñon, Lygia Fagundes Telles e Zulmira Ribeiro Tavares.

Predomina, nos textos, um tom intimista, que se faz notar por narrativas em primeira pessoa articuladas por protagonistas do sexo feminino, como se vê em “O piano”, “Curriculum Vitae” e “Lucas, Naim”.

Clarice Lispector, viva na década de 1970, é a grande ausência da coletânea, entretanto, a temática e a dicção da obra lembram a autora.

O relacionamento homem-mulher está presente em treze dos dezenove contos. Neles predomina um tom desencantado, desiludido, que tem origem na desilusão amorosa.

Na maioria dos contos, a linguagem se articula na tentativa de expressar o desencanto existencial em que se encontra a narradora-protagonista.

Alguns contos, entretanto, não apresentam um referente claramente delimitado e se estruturam a partir de uma vivência altamente subjetiva, o que acaba gerando textos pouco legíveis como “Lucas, Naim” e “K de know how”.Há textos, entretanto, altamente elaborados, como “As formigas”, de Lygia Fagundes Telles, em que, através do “realismo fantástico” se aborda uma situação de opressão crescente, e o poético e experimental “Os mortos não têm desejos”, de Edla van Steen, em que o narrador-protagonista, tal qual em Morangos silvestres, de Ingmar Bergman, e Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, articula a narrativa através de tomadas cinematográficas entremeadas com flash-backs que desvelam aos olhos do leitor detalhes da vida do locutor e das personagens presentes no velório do narrador-protagonista.

do blog Jaguarouí.


[como esse é um livro que li para a UFMG, vou colocar a minha opinião geral apenas na resenha de "Meus Poemas Preferidos"]

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