O Exterminador do Futuro: A Salvação



O exterminador do futuro integra a lista de marcas mais rentáveis na história do cinema. Seus três primeiros filmes faturaram, só nas bilheterias, cerca de US$ 1 bilhão. Calculada a inflação, o mais bem sucedido deles, o segundo, estaria entre as 20 melhores bilheterias da história do cinema. Nesse contexto, chega a ser surpreendente o descaso da Columbia com essa verdadeira mina de ouro. Outros estúdios, quando descobrem filões como esse, exploram-no o mais rápido possível: a Warner lançou os três O senhor dos anéis um atrás do outro, os filmes dos X-Men só não estreiam mais rápido porque a Fox não consegue realizá-los a tempo. O exterminador do futuro – A salvação, contudo, é apenas o quarto capítulo da série em um quarto de século: o primeiro foi lançado em 1984.

A singularidade tem explicação. Embora com bilheteria razoável, O exterminador do futuro de 1984 não chegou a ser um blockbuster – faturou cerca de US$ 78 milhões em todo o mundo (mais ou menos R$ 160 milhões, em valores de hoje). Em certo sentido, tornou-se um cult, admirado por uma legião de fãs de filmes de pancadaria, ficção científica e do astro Arnold Schwarzenegger, mas restrito a esses públicos específicos. Se a história teve uma continuação em 1991, foi mais para aproveitar o sucesso de Schwarzenegger, cuja carreira se encontrava no auge, que para obedecer a qualquer planejamento da Columbia. O sucesso de público de O exterminador do futuro 2 pegou de surpresa até mesmo os executivos da distribuidora, e transformou completamente a maneira como os efeitos visuais são vistos pelo público. Mesmo assim, a série continuou sendo vista como algo ligado ao astro, e não como uma propriedade de distribuidores e produtores – o que obrigou os fãs a esperarem mais de uma década para assistir a uma continuação, em 2003. Desta vez, contudo, parece que a empresa se mancou.

Ao contrário do que ocorreu nos filmes anteriores, o final de O exterminador do futuro – A salvação não deixa apenas a porta aberta para uma continuação. Anuncia-a descaradamente. A data de lançamento está até mesmo prevista – em 2011, os fãs vão assistir a novo capítulo da luta entre os humanos remanescentes em um mundo do futuro, e as máquinas que o dominaram quase por completo.

Enquanto isso, o público assiste, a partir de hoje, a O exterminador do futuro – A salvação. É o primeiro filme da série que não é estrelado por Arnold Schwarzenegger, e o primeiro depois do suposto ataque em que as máquinas assumiram o controle da Terra (sua ação ocorre anos depois da que foi mostrada no terceiro capítulo). É, também, o mais repleto de efeitos visuais – embora nenhum com o mesmo impacto de imagem nova como os mostrados no capítulo 2. Enquanto as partes anteriores seguiam praticamente em linha reta, A salvação brinca bastante com narrativas paralelas, o que faz dele o filme mais complexo de toda a série. Nada disso contudo, deve superar um prazer que o fã já conhece: o de encontrar velhos conhecidos. Podem ser personagens, mesmo que na pele de outros intérpretes; podem ser frases que se tornaram verdadeiros símbolos de toda a série, pode ser o jeito de ação que não para nunca. O enredo segue em frente, mas o jeito “exterminador do futuro” de ser é o mesmo.



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