Patriotismo em ano de copa?


Ontem foi comemorado o dia da Independência Nacional. O nosso bom e velho 7 de setembro. E para variar cá estou eu postando 'atrasado' sobre isso - na rabeira do dia 08 - mas dessa vez posso falar que foi proposital... Estava (estou) na dúvida do que escrever.


Ontem aproveitei meu feriado indo assistir o Desfile de 7 de Setembro, também conhecida como Parada Militar. Achei bem interessante. Acho que quando somos crianças essas coisas tem maiores chances de nos fascinar - isso é importante. No meu caso era primeira vez que assisti (penso que minha mãe nunca me levou, por não gostar de desfilar nos tempos em que estudava no Colégio Tiradentes da Polícia Militar, mas isso é outra história), e a mente de adulto mais crítica e analítica (?) nos faz ter outras percepções do evento.




Além de sempre ter tido curiosidade ir ao desfile, esse ano tive um motivo a mais para ir: um amigo (Abu/Everson) cadete do Exército estava desfilando este ano.

Eu e o Everson


Dando uma lida rápida nos jornais, parece que algo em torno de 20 a 40 mil pessoas compareceram ao evento. É MUITO pouco na minha opinião, afinal a capital possui cerca 2,5 milhões de pessoas . Estamos em um tempo onde certos conceitos como patriotismo, orgulho nacional, civismo, conhecimento da própria história, reverência aos símbolos do país e do povo, o hino... estão sendo deixados de lado e relembrados na maioria da vezes a cada 4 anos, quando torcemos para que a seleção canário leve a tão 'cobiçada' Taça Jules Rimet na Copa do Mundo.



Claro que essa é uma discussão muito maior. E nem tenho a pretensão de alcançar toda a sua magnetude nessas linhas. Mas ontem, durante o desfile me veio à cabeça os filmes de Holywood, quando temos vislumbres da festa do 4 de julho (dia da independência norteamerica). Não faço idéia se o que está nos filmes representa fielmente a realidade, mas se a metade daquilo for verdadeiro já fico feliz... aquela coisa de participação popular e tal...



Ontem, conversando com Marcos (que foi decididamente contra minhas idéias, graças a sua atual visão de policial de evitar o surgimento de aglomerações),  concluí que faltou uma maior participação popular. Não se via as cores da bandeira espalhadas pela cidade (alguém ainda lembra das bandeirinhas do Brasil penduradas nos carros durante os jogos da Copa) e nem pelo desfile. O maior número de bandeirinhas que vi estavam nas mãos das pessoas mais velhas, mas ao mesmo tempo fiquei muito feliz ao ver vários pais com crianças ao longo da Av. Afonso Pena. NOTA: é digno de soltar uma risada gostosa pela quantidade de vezes que parei esperando Everson tirar fotos com crianças...





Apesar do evento ser organizado pelo Exército, uma parceria com a Belotur (apesar da mesma deixar a desejar em outros eventos), seria muito bem vinda em relação a "chamar" a população para o desfile. Em termos de 'proganda' prévia, não só do evento em si, mas das histórias e simbolismos envolvidos poderia auxiliar a desenvolver o espírito de cidadania nas pessoas fazendo que aquela bela  chama de engajemento que vemos nas pessoas durante a Copa do Mundo pudesse ser prorrogado durante o restante do calendário.



Talvez minhas idéias sejam antigas e ultrapassadas. Dificil de se ver na voz e atitude da juventude contemporanêa, mas acho que é uma discussão importante que vem sendo deixado de lado com o tempo. Afinal, como revigorar velhos conceitos e conseguir superar a chata barreira do discurso e mergulhar na prática? 
 
 
Sou patriota todos os dias (e não a cada 4 anos) e me orgulho de morar neste país.



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