Lemmon Tree



"Conflito no Oriente Médio vem gerando curioso paradoxo em relação ao cinema. As precárias condições econômicas e sociais que a guerra impõe à maioria dos palestinos quase impede que eles produzam filmes, ou que suas obras cheguem aos mercados internacionais. Apesar disso, as telas vêm mostrando, com freqüência bastante incômoda para a ala conservadora dos israelenses, um olhar palestino sobre o mundo. Isso ocorre graças à presença de uma quantidade significativa de liberais e pacifistas entre as fileiras de realizadores israelenses, que tentam, em seus filmes, compensar o silêncio a que os palestinos praticamente foram condenados. Lemmon tree, de Eran Riklis (A noiva síria), é uma destas criações israelenses que propõe ao espectador um simulacro da perspectiva palestina.

Lemmon tree inspira-se em história real. No filme, o ministro da defesa israelense se muda para uma localidade na Cisjordânia. Preocupado com sua segurança, o serviço secreto determina que seja derrubado o pomar que ocupa o terreno vizinho e pode servir de esconderijo a possíveis terroristas. A proprietária do pomar, uma viúva palestina, decide defender seus direitos, e vai até a suprema corte de Israel. A história é forte em si, mas boa parte dos sentimentos do espectador se deve à excelência da atuação da atriz árabe-israelense Hiam Abbass (que os espectadores já conhecem do excelente Free Zone). Sua heroína quase não fala, mas a eloqüência de seu olhar comove, acusa, perturba.

Graças à atriz, torna-se inevitável a empatia entre o espectador e a personagem. Solucionada a questão do vínculo emocional entre o público e o que ele vê, Eran Riklis é capaz de articular, em Lemmon tree, um dos mais consistentes discursos que o cinema israelense já apresentou sobre a guerra. O problema, parece dizer ele, não são israelenses ou palestinos, mas certas representações que dominam o imaginário das duas comunidades. Se o problema principal de Salma (Hiam Abbass) é o serviço secreto que acha que um pomar palestino é, a priori, algo ameaçador, parte de suas dificuldades vem dos próprios palestinos, que exigem dela uma conduta moral e política que não deveria ser sua obrigação. Riklis vê os dois lados com um olhar ao mesmo tempo carinhoso e crítico, de modo que seu filme acaba nos lembrando da máxima segundo a qual o mal cresce devido ao silêncio e à inércia dos bons.

FONTE: Portal UAI



Assistir esse filme é obra da ganancia de querer ver dois filmes pelo preço de um... (não entendeu, é só olhar o post sobre filme: Amar... Não tem Preço). O resultado disso? Assistir dois otimos filmes que nunca entraria nas grandes sala...

Fiquei na duvida sobre qual filme assistir, tiver que ler as sinopses dos filmes no Usina no jornal de manhã, e só decidir na hora de trocar o ingresso. Acho que escolhi Lemmon Tree por ser um filme israelense - afinal quando se têm oportunidade de assistir filmes assim? - e acredito foi uma escolha acertada (talvez a melhor daquele dia)

Um filme muito, mas acho que se delicia com o filme aqueles que conhecem ou acompanham as noticias sobre os conflitos no oriente médio. Sinceramente nunca me senti tão próximo dos fatos, pois isso não ocorrre quando estamos no colégio. Talvez pelo fato de que a história ainda ser tratada como algo morto e acabado (o que é um grande erro do ensino no Brasil), nunca me senti envolvido por esse conflito como eu me sinto/sentia em relações a outras guerras...

Enfim, é maravilhoso ver a historia acontecer, mesmo que pela tela do cinema e de uma maneira tão triste... mas fica a dica de um bom filme.

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